Tenho pra mim que as coisas na vida da gente devem chegar devagar, devagarinho. O atropelo desfaz a surpresa do que poderia ter sido e não foi. A ansiedade corrói a surpresa igual traça em roupa guardada, é sem graça.
Um oceano de possibilidades bate à nossa porta a todo momento, mas não temos tempo. Ou disposição. Vai saber qual a razão...
Só que aprender a nadar é mais que preciso, é fundamental, senão você fica parecendo um pedestal, não sai do lugar, não consegue (ou não quer ver) o horizonte do seu próprio mar.
Faça margarida ou girassol, precisamos plantar o imprevisto, mas sem correria é muito mais bonito. Quando vamos atrás de um objetivo, temos uma espécie de missão com nosso coração. É a evolução da contradição entre impulsividade e comodidade. Um meio termo que arruma tudo direitinho.
Devagar, devagarinho... a gente chega lá (onde quer que seja) é de mansinho.
Dulce Miller