Alguém aí já sentiu na pele um amor que começa sem paixão?
Quando a gente não conhece uma pessoa, e sim, a reconhece?
Quando acontece uma identificação imediata, uma afinidade sem explicações...
Alguém aí já viveu ou sentiu algo assim, com reciprocidade?
Você encontra alguém da forma mais inusitada possível e sente que aquela pessoa já faz parte da sua vida há muito tempo.
Mas como, se em tese, você mal a conhece?
Você ouve a voz dela e é como um bálsamo para seus ouvidos.
Você ouve a voz dele e não tem vontade de desligar.
Se ele demora para aparecer, você fica preocupada, aflita.
Se ela some, você a procura, sente falta, quer notícias.
Sentem um carinho sem medidas, um amor que pede presença, mesmo que distante.
Estão conectados pela alma, de uma forma como nunca aconteceu antes.
Mas eles sabem que não vieram ao mundo para ficarem juntos.
Eles sabem que não podem, que não devem, que estão em épocas diferentes, separados pelo destino de forma talvez, proposital.
E mesmo tendo essa consciência ainda se amam, de verdade.
Alguém aí entende um amor que começa sem paixão?
A paixão cega, desnorteia, sufoca, oprime e quer posse.
Esse tipo de amor não quer e nem precisa de nada disso.
Ele tem paz, tem serenidade, tem desapego, tem saudade.
Você pensa em algo e ela já está escrevendo, exatamente o que você pensou.
Você pensa nela e ela te chama, no mesmo instante.
Poderiam ser irmãos, amigos ou amantes.
Poderiam, mas o destino não quis.
E neste caso não vale o livre-arbítrio.
Eles se reconheceram na distância e assim permanecerão.
Talvez em outra vida eles possam se encontrar de novo e transformar este amor.
Talvez eles possam até, quem sabe, viver esse amor?