sara_rafaela

 
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Let's Fish

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2 yıl 169 gün önce

Existem pessoas cruéis disfarçadas de boas pessoas

Existem pessoas cruéis disfarçadas de boas pessoas. São seres que machucam, que agridem por intermédio de uma chantagem emocional maquiavélica baseada no medo, na agressão e na culpa. Aparentam ser pessoas altruístas, mas na verdade escondem interesses ocultos e frustrações profundas. 

Muitas vezes ouve-se dizer que “quem machuca o faz porque em algum momento da vida também já foi machucado”. Que quem foi magoado, magoa. No entanto,  ainda que por trás destas ideias exista uma base verídica, existe outro aspecto que sempre nos custa admitir: A maldade existe. As pessoas cruéis, por vezes, dispõem de certos componentes biológicos que as empurram em direção a determinados comportamentos agressivos.

“Não há maldade mais cruel que a que nasce das sementes do bem.”
-Baldassare Castiglione-

O cientista e divulgador Marcelino Cereijudo nos assinala algo interessante. Não existe o gene da maldade, porém há certos aspectos biológicos e culturais que a podem propiciar”. A parte mais complexa deste tema é que muito frequentemente tendemos a buscar rótulos e patologias em comportamentos que simplesmente não entram dentro dos manuais de psicodiagnóstico.

Os atos maliciosos podem ocorrer sem que exista necessariamente uma doença psicológica subjacente. Todos nós, em algum momento da nossa vida, já conhecemos uma pessoa com este tipo de perfil. Seres que nos presenteiam com bajulação e atenção. Pessoas agradáveis, com êxito social, mas que em privado delineiam uma sombra obscura e alargada. Na profundeza dos seus corações respira a crueldade, a falta de empatia, e até mesmo a agressividade. 

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As pessoas cruéis e a molécula da moral

Tal como dissemos anteriormente, até hoje ninguém conseguiu identificar a existência do gene da maldade. No entanto, nos últimos anos aumentaram os estudos sobre um aspecto fascinante: a denominada “molécula da moral”. Para compreender melhor o que é esta estrutura, iremos nos contextualizar a partir de uma história real. Uma história terrível, que lamentavelmente acontece com muita frequência.

Hans Reiser é um programador norte-americano famoso por ter criado os arquivos ReiserFS. Atualmente, e desde 2008, está na prisão de Mule Creek por ter assassinado sua esposa. Ele não teve problema em se declarar culpado e em revelar onde enterrou o corpo de Nina Reiser. Como dado curioso, vale a pena dizer que este especialista em programação dispõe de uma inteligência prodigiosa, ao ponto de ter iniciado os seus estudos universitários ainda adolescente.

Depois de um julgamento rápido e de ter ingressado na prisão de San Quintín, decidiu preparar ele próprio o seu recurso. Através de 5 folhas escritas à mão, argumentou  que o seu cérebro funcionava de maneira diferente. Reiser tinha conhecimento dos estudos que estavam a ser realizados sobre a oxitocina e a utilizou como argumento. Segundo ele, tinha nascido com o seguinte problema: o seu cérebro não produzia a chamada molécula da moral. Carecia de empatia. 

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Obviamente, e como era de se esperar, este argumento não o impediu de cumprir a pena perpétua. No entanto, o tema sobre a origem da maldade voltou a entrar em debate. Nos dias de hoje, dá-se pleno valor ao fato de que a oxitocina é o hormônio que faz de nós seres “humanos” na sua vertente mais autêntica. Pessoas educadas e preocupadas em ajudar, cuidar e empatizar com os nossos semelhantes.

Como se defender da crueldade camuflada

No nosso cotidiano, nem sempre nos relacionamos com pessoas tão cruéis como a anteriormente citada. Porém, somos vítimas de outro tipo de interações: as de falsa bondade, a agressividade encoberta, a manipulação, o egoísmo sutil, a ironia mais daninha, etc.

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.”
-Albert Einstein-

Estes comportamentos podem ser resultado de vários aspetos. Carência de inteligência emocional, um ambiente pouco afetivo onde a pessoa cresceu ou até mesmo um déficit na liberação da oxitocina. Tudo isto talvez determinará essa agressividade mais ou menos encoberta. De qualquer forma, não podemos esquecer que quando falamos de agressividade, não estamos nos referindo exclusivamente ao dano físico. 

A agressão emocional, a instrumental ou a verbal são feridas menos denunciáveis devido à necessidade de serem provadas, mas são mais corriqueiras e por isso temos que nos defender. Explicaremos como.

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Pessoas cruéis: saber reconhecê-las e evitá-las

Todos podemos ser vítimas das pessoas cruéis. Não importa a idade, o status ou as nossas experiências anteriores. Este tipo de pessoa pode ser encontrado no meio da família, em ambientes de trabalho e em qualquer outro cenário. No entanto, podemos identificá-las de várias formas.

  • A pessoa de coração obscuro nos seduzirá com a mentira. Elas irão se camuflar por trás de palavras bonitas e atos nobres, mas pouco a pouco surgirá a chantagem. E mais tarde, a criação do medo, da culpa e da violência mental.
  • Perante estes mecanismos, cabe apenas uma opção: a não-tolerância. Não importa que seja a nossa irmã, nossa parceira ou um colega de trabalho. Os perturbadores da calma e do equilíbrio só buscam uma coisa: acabar com a nossa autoestima para ter o controle.
  • Teremos a sensação clara de que não há saída. De que elas nos têm sob suas redes. No entanto, vale recordar que “é mais poderoso aquele que é dono de si mesmo”. Por isso, é importante acabar com o jogo da dominação e da agressividade com determinação.

Os jogos da dominação e da agressividade encoberta são muito complexos. No entanto, é necessário agir com rapidez para remover armadilhas e reagir a ameaças veladas. No momento em que sentirmos desconforto ou preocupação em relação a certos comportamentos, só existe uma opção: a distância.


síndrome do coitadinho

Hoje eu vou falar de um tema inquietante e bastante questionador também, a síndrome do coitadinho. O que é a síndrome do coitadinho? É uma das mazelas mais comuns da sociedade, principalmente no mundo de hoje, onde grande parte das pessoas tem medo de encarar a vida de frente e de cabeça erguida, sendo maduras e autoconfiantes.Resultado de imagem para coitadinho homem

A principal característica de uma pessoa que sofre da síndrome do coitadinho é se colocar como VÍTIMA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, e si colocar como vítima traz sempre aquela ideia de que a culpa é do outro. O que acontece com essas pessoas é que elas não desenvolveram a sua saúde psíquica e emocional. Assim como o nosso corpo precisa de exercícios, a nossa mente e o nosso espírito também precisam de exercícios. Em minha opinião, as melhores formas de exercitar a mente e o espírito são: estar perto de pessoas que lhe façam crescer como ser humano e buscar o autoconhecimento e a espiritualidade. Seguindo isso a possibilidade de você ser um coitadinho é muito pequena, porque você vai estar emocionalmente equilibrado e não vai precisar ser vítima para conseguir o que quer. Vou deixar um post em que falo sobre colocar a culpa no outro…

A culpa é do outro

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Eu vou ser bem sincero com os leitores. Eu não tenho muita paciência com os que se fazem de coitadinhos. Sabe por quê? Porque eles são verdadeiros SUGADORES DE ENERGIA. Eu percebo que algumas pessoas que se aproximam de mim ficam falando sem parar e esperam que eu seja um remédio para elas. Isso acontece porque elas estão tão perturbadas emocionalmente que vêm sugar a minha energia positiva. Elas vêm com um papo clássico: “Eu não devia ter feito isso…”, “Eu não devia ter feito aquilo…”, “Fulano de tal não devia ter feito tal coisa comigo…”, “Fulano devia ter me tratado com respeito…”. E tudo fica só no devia, devia, devia… Essas pessoas ficam falando sem parar esperando uma atitude de pena e condolência, mas eu não faço isso não, aprendi que não se deve agradar a todos. Se alguém quiser esperar de mim uma alguma coisa que não posso fazer vai esperar sentado, porque não vou fazer. Isso não é arrogância meus amigos, isso é sinceridade, transparência e autenticidade, coisas que cada vez mais estou aprendendo a desenvolver.

O risco de querer agradar a todos

Eu não me canso de falar nesse blog que a nossa vida é o resultado dos nossos pensamentos e sentimentos. Eu procuro de várias formas diferentes nutrir bons pensamentos. É um exercício diário. Eu faço isso porque tenho como um dos maiores ideais a felicidade e a saúde completa (corpo, alma e espírito).

Por que as pessoas que se fazem de coitadinhos sofrem tanto? Elas sofrem porque só se focam no seu sofrimento, em vez de se focarem nas soluções dos seus problemas. Eu também adoro falar sobre as grandes personalidades mundiais. Essas pessoas de sucesso conseguiram os seus sucessos porque não dormiram no ponto com reclamações e lamentações, ou seja, focaram toda a sua energia apenas no sucesso. Dispuseram de muita energia para conseguir atingir suas metas e planos. Também vou deixar um post que falei sobre pessoas que fizeram o sucesso acontecer nas suas vidas através de muito trabalho e dedicação.

O sucesso não cai do céu

Agora eu vou falar o mais pesado de tudo. Não me leve a mal, mas eu preciso ser ríspido para falar de um tema como esse. Sabe qual é o antídoto e o principal remédio para um coitadinho? O DISTANCIAMENTO. Isso mesmo! Eu já comprovei por fatos que se você se distancia de um coitadinho ele vai pouco a pouco começar a refletir sobre a sua vida e se perguntar: “Será que eu tenho sido uma pessoa boa para os outros?”, “Será que a minha presença está agradando os meus amigos?”, “O que será que eu posso fazer para ser mais agradável?”, “O que será que eu fiz que incomodou tanto?” etc.

O distanciamento é um excelente remédio, porque os coitadinhos são viciados em falar, e falam repetidamente as mesmas coisas. São como um disco arranhado que insiste em tocar o mesmo verso. É muito chato estar perto de alguém que não tem assunto, que só sabe falar de raivas, de descontentamentos, de injustiças pessoais, de humilhações etc. Chega! Não precisa ser assim! Porque que ao invés de ficar falando de tanta chatice, você que se faz de coitadinho, não fala que vai comprar um bom livro para refletir sobre as questões humanas? Vai fazer uma terapia, um ioga, uma meditação? Ou que vai se esforçar para conviver em paz com aquela pessoa que lhe faz raiva? Ou que vai ser mais tolerante? Mais prestativo? Mais humilde? Menos invejoso? Tenho certeza que se eles procedessem assim deixariam de ser coitadinhos.

Vou concluir falando de uma coisa importantíssima para eliminar de vez a síndrome do coitadinho. Faça a seguinte pergunta: “Eu estou agregando valor à vida das pessoas?”. É uma pergunta muito simples e ao mesmo tempo muito complexa. O que é agregar valor à vida de uma pessoa? É fazê-la querer estar perto de você. É ser relevante no círculo social. É ser aquela pessoa que faz falta quando não está presente. É ser aquela pessoa que traz um ar diferente a todo ambiente em que adentra. Enfim, agregar valor é ser RELEVANTE.

Então! Você quer ser relevante ou quer ser coitadinho? Eu optei por ser relevante! É um caminho que se trilha diariamente. Não dá para ser relevante se você faz sempre as mesmas coisas, se você vive de mesmices, se você se nega a fluir com a vida, e sentir aquilo que ela tem de melhor. Inclusive tem uma frase brilhante do grande Albert Einstein em que indiretamente ele está falando dos que se fazem de coitadinhos: “Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Reflita sobre essa frase…

Esse é um assunto muito empolgante, mas quero deixar as reflexões pessoais com você agora! E para continuar filosofando sobre ele, vou deixar um texto interessante que fala sobre tudo isso!

A vida é um rio


Teste

http://www.contioutra.com/45-sinais-de-que-voce-se-relaciona-com-uma-pessoa-abusiva/

Vício do jogo - causas, consequências e cura

Vício do jogo - causas, consequências e cura

1. Introdução

De Dr. Thorsten Heedt, médico especialista de psicoterapia com ênfase no tratamento de doenças pós-traumáticas.

Todas os comportamentos compulsivos têm pelo menos uma coisa em comum, quer seja o álcool, a heroína, a nicotina ou o jogo:

  • A "droga" é consumida compulsivamente mesma que não haja qualquer sentimento de prazer ao consumir o objecto de fixação
  • A perda de controlo vai crescendo progressivamente.
  • A "droga" é utilizada como forma de escape da realidade.
  • O vício continua mesmo após ter causado consequências bem negativas ou problemas de saúde.

O artigo seguinte aborda o problema do vício do jogo, a sua origem como determinar se alguém sofre desta patologia e como procurar ajuda.


2. O que é o vício do jogo?

O jogo patológico está listado como um "comportamento fora do normal e falha no controlo de impulsos" no ICD-10 e definido no glossário internacional de doenças como:

"Este comportamento fora do normal consiste de jogo frequente e repetido, que controla  vida do paciente e leva a uma disfunção e afastamento social, ocupacional e de valores da família e dos seus compromissos."

O jogo excessivo demonstrado por muitos pacientes é definido como: Uma mania ou doença discreta que está lado a lado com oscilações muito fortes de humor, uma melancolia interna muito agitada, mudanças repentinas de estado de espírito sem razão aparente.

Estas patologias também vêm, normalmente, associadas com uma disfunção social que faz o paciente perder qualquer interesse na suas obrigações sociais, tornando-se insensível aos sentimentos das outras pessoas. Este tipo de comportamento é muitas vezes encontrado em pacientes que se encontram na prisão.

O jogo persistente é também caracterizado por uma insistência no jogo apesar de todas as consequências negativas que este trouxe para a vida do paciente como dívidas, desagregação familiar ou outros efeitos negativos no desenvolvimento profissional.

Antes que se possa dizer que alguém é viciado no jogo é necessário sofrer 2 ou mais episódios de jogo patológico num período de pelo menos um ano.

Os padrões distorcidos e alterados do viciado em jogo estão mencionados noutra classificação de doenças como: "DSM-IV":

  • A especial importância do dinheiro para os pacientes.
  • Padrões de pensamento concentrados em competição.
  • A inquietude típica de um jogador.
  • A excessiva necessidade de reconhecimento social.
  • Tendência para excesso de trabalho.
  • A ocorrência de diversas desordens psicossomáticas.

3. Como se desenvolve o vício do jogo?

3.1. O problema básico

O desenvolvimento do vício do jogo é um processo complexo influenciado por diversos factores. Os mais importantes são os que se seguem:

  • Uma perturbação profunda da perspectiva pessoal (uma desordem "narcisística).
  • Um problema nos relacionamentos.
  • Um estado de excitação invulgar.

Um problema de auto-estima
Esta questão é particularmente importante pois existe um sentimento próprio descrito como um vazio interior ou como nada. Diversos sentimentos muito enraizados de inferioridade, muitas vezes originados na infância, são compensados por ilusões megalomaníacas. 

Os ganhos iniciais fortalecem o ego e parecem confirmar a ideia de que são realmente especiais, costuma acontecer após uma "big win", um lucro rápido e aparentemente fácil que inicia o descambar da mente para um mundo de fantasia.

Um problema nos relacionamentos
O psiquiatra infantil John Bowlby criou a teoria dos laços afectivos nos anos 60. Ele apercebeu-se que consoante a sensibilidade da mãe perante a criança, se criam diferentes tipos de laços:

No laço do tipo"incerto-ausente" , as crianças estão inseguras se o seu laço perante a mãe é suficientemente forte ou se essa pessoa está realmente disponível para elas. Por princípio, elas esperam que as suas necessidades sejam negadas; este é o caso das crianças que já foram rejeitadas. Crianças com este tipo de laço tem maior tendência a problemas emocionais ou mentais do que as crianças com laços "mais seguros". Os indivíduos viciados no jogo costumam demonstrar este tipo de laço. Geralmente, estas pessoas costumam ter histórias de famílias separadas com terríveis relacionamentos com os pais. Casos de abuso sexual também são comuns nestes pacientes.

 

Um grau de excitação desregulado
A incapacidade de regular a excitação interna e nervosismo resultam na peculiar inquietude de um viciado em jogo. A motivação de jogar no início tem como motivo o sucesso e lucros, a redução do tédio e a gestão de sentimentos negativos como p.ex. uma separação. Estes indivíduos acabam por cair num ciclo vicioso, acabando por prejudicar todas as áreas da sua vida.

Estes jogadores entram num estado de prazer e excitação enquanto jogam e tentam arranjar explicações para o seu jogo descontrolado. Comportamentos supersticiosos e raciocínios "mágicos" podem ocorrer. Progressivamente entram num mundo de fantasia marcados pela busca de poder e de lucros. Eles alienam-se do seu ambiente privado e tornam-se solitários. Começam a surgir padrões de pensamento distorcidos. O jogo torna-se a principal actividade das suas vidas. Este desenvolvimento leva ao declínio físico, mental e social.

O jogador, nesta fase, apresenta muito pouco controlo sobre os seus impulsos. Este comportamento é semelhante aos alcoólicos que não resistem a beber logo após terem deixado a bebida. Apesar das consequências extremamente negativas, o sentimento de libertação da tensão através do jogo, é reforçado.

Existe uma explicação neurológica. O sistema de recompensa do cérebro é sobrecarregado o que leva a uma contra-regulação do mesmo. De maneira a contrariar esta agitação anormal e danosa, o cérebro cria uma resistência a estes estímulos. Inicia-se uma adaptação neurológica. Com o objectivo de satisfazer a sua necessidade, os buy-ins e o volume de jogo têm de ser aumentados. Além disso, o expoente máximo desta patologia acaba por ser o showdown.

3.2. Padrões de Pensamento distorcidos

Os jogadores que sofrem deste problema costumam apresentar uma série de atitudes irracionais:

 

  • Ilusão de controlo

    Eles assumem que o jogo tem mais influência pessoal do que tem na realidade.

  • Eles costumam dizer que os lucros advêm das suas habilidades e as suas perdas de circunstâncias infelizes.
  • O efeito Monte-Carlo  ("a falácia dos jogadores")

    A frequência de acontecimentos no passado determina a probabilidade de ocorrência no futuro (p. ex. na roleta: Saem 3 números pretos consecutivos, quer dizer que a probabilidade de sair vermelho está a aumentar.)

  • Interpretação errónea de probabilidade de vitória

    O jogador estima as suas perspectivas de lucro de uma forma irreal. Por exemplo, 98% da "lotaria" dos buy-ins são perdidos.

  • Os quase-sucessos ("arrependimento cognitivo e os quase-falhados")

    Isto ocorre nas máquinas de jogo em que os três símbolos têm de aparecer numa determinada ordem para se ganhar algo mas quando só acertam dois deles. O resultado: "Tenho de continuar a jogar pois quase ganhei!".

  • A captura ("prisão")

    Esta é uma justificação de decisões erradas através de investimentos já feitos - "Ok, Quase de certeza estou batido, mas como dei call até ao turn também vou ver o river".

Existem provas de que o jogo compulsivo cria uma percentagem muito elevada de pensamentos erróneos.


4. Quem está em risco?

A maioria das pessoas afectadas por este problema são homens que vivem sós numa grande cidade com idades em torno dos 30 anos. O despoletar do vício costuma ocorrer na adolescência, no entanto, nos casos específicos das mulheres, este problema costuma surgir mais na meia idade. Se prosseguirem tratamentos, normalmente já se encontram em situações extremas como de dívidas, em perigo de suicidar-se e geralmente já terão cometido crimes para angariar fundos para o jogo. Um porção bastante considerável (cerca de 1/3) destes dependentes também sofre de dependências de carácter físico, nomeadamente de drogas ou álcool.

Perto de 2-3 % da população total tem um problema com o jogo e cerca de 1 % sofre do chamado comportamento de jogo anormal. Existe uma correlação a disponibilidade de sítios para a prática de jogo (p.ex. número de slot machines por 1000 habitantes), e a frequência de jogadores patológicos.

Acontecimentos como uma "big win", experiência difíceis como problemas nas relações amorosas, separação, gravidez da companheira ou problemas profissionais , podem também, ser despoletadores da dependência do jogo.

Também se verifica uma grande frequência de problemas paralelos ao vício do jogo. Por exemplo mais de 50% dos viciados em jogo são depressivos e apresentam comportamentos compulsivos além de graves problemas de personalidade. 

25% de todos os jogadores que procuraram tratamento já tinham tentado o suicídio.
Particularmente chocante é o  facto de 90% dos jogadores apresentarem graves problemas de personalidade e um intenso défice de interesse na realidade circundante.

Um problema de personalidade particularmente grave é caracterizado por um comportamento distorcido que se inicia na infância e adolescência e que causa graves problemas nas relações sociais. Desenvolvem personalidades narcisistas que empolam as suas virtudes e os seus feitos. Por exemplo, vários pacientes exageravam a valorização dos seus talentos e são como que absorvidos nas suas fantasias de sucesso, poder, glamour, beleza ou amor utópico. Estes indivíduos consideram-se verdadeiramente únicos e especiais e lutam constantemente pela valorização e admiração dos outros.

Este problema é de difícil tratamento porque o paciente, dado ser tão narcisista, desvaloriza o terapeuta ou então o paciente chega mesmo a parar a terapia quando as suas ilusões de grandeza não são confirmadas.

5. Quais são as consequências do vício do jogo?

Cria-se uma dinâmica na vida das pessoas que sofrem deste problema, que lhes afecta todas as áreas da sua vida. Eventualmente as pessoas ficam muito limitadas em termos de capacidade de controlo das suas acções.

A evolução desta patologia demonstra, por exemplo, que as pessoas acabam por tentar compensar as suas perdas, aumentando os seus buy-ins, perseguindo o dinheiro perdido. No poker, este fenómeno é conhecido como entrar em tilt.

O isolamento social aumenta gradualmente. Sentimentos de vergonha e de culpa começam a instalar-se na mente dos pacientes e as pessoas começam a  tentar esconder o seu vício. Estes jogadores descontrolados começam a tentar integrar-se em ambientes específicos e com um estilo de vida típico de jogadores que promove uma satisfação imediata das necessidades como jogadores. Isto poderá levar estes indivíduos a cometerem crimes e ilegalidades para conseguirem dinheiro para o jogo.

Finalmente, estes jogadores podem arruinar a sua vida financeira, perder as suas famílias e os seus trabalhos. Os psiquiatras defendem que estes acabam por ser os motivos imediatos de muitas tentativas de suicídio destes jogadores. Outros jogadores poderão mesmo tornar-se criminosos.

As consequências do jogo continuado e ininterrupto pode também ter consequências físicas como úlceras nervosas, enxaquecas e ataques cardíacos.

6. Como descobrir se está viciado?

Existem inúmeros questionários ou testes para averiguar a existência deste tipo de dependência e para separar o jogo patológico de outros tipos de jogo com outras características como o social, o profissional ou apenas períodos de jogo mais descontrolado, compulsões de jogo com personalidade anti-social ou utilização compulsiva do pc (internet, chat, jogos).

O procedimento mais reconhecido no mundo é o SOGS (South Oaks Gambling Screen). Existem diversos outros procedimentos para avaliar o grau de patologia quanto ao jogo. No fundo, estes procedimentos tentam averiguar a mesma coisa como por exemplo o grau de compulsão/necessidade que o indivíduo sente para com o jogo e também testam a sua capacidade  de deixar de jogar e se sentem consequências negativas quando jogam p.ex. exaustão). Estes procedimentos tentam também avaliar a presença do distúrbio narcisístico, abordado no texto acima, e testar a possibilidade do jogador poder enveredar em actos criminosos de forma a financiar o seu jogo ou pagar as suas dívidas.

7. Teste pessoal

De forma a averiguar se têm um problema com o jogo, podem fazer o próximo teste. É um questionário com 19 perguntas cuja resposta é apenas sim ou não. Se responderem a mais de 7 questões sim, vocês poderão ter algum distúrbio relacionado com o jogo.

1. Já jogaram até esgotarem por completo o vosso dinheiro?

2. Já pediram dinheiro emprestado para jogar?

3. Já pediram um empréstimo ao banco para jogarem?

4. Já ultrapassaram, muitas vezes, o vosso limite estabelecido pessoal de tempo ou financeiro para jogarem?

5. Já pensaram fazer actos ilegais de forma a obterem dinheiro?

6. Pensam muito no jogo?

7. Já roubaram para poderem jogar?

8. Têm dificuldades em pensar em outras coisas para além do jogo?

9. Sentem-se ansiosos ou agressivos quando não jogam?

10. O vosso quotidiano parece-vos aborrecido comparado com o jogo?

11. O vosso interesse pela vossa vida social diminuiu?

12. Vocês jogam para recuperar de perdas de sessões anteriores?

13. Vocês escondem o facto de jogarem e as vossas perdas da vossa família?

14. Depois de jogarem sentem algum sentimento de culpa?

15. Já vos ocorreu continuarem a jogar, mesmo sabendo que seria prejudicial em termos pessoais ou para outras pessoas?

16. Já jogaram para melhorar a vossa disposição mental ou para fugir de problemas privados?

17. O jogo já causou discussões com a vossa família?

18. Já faltaram à escola ou trabalho para jogarem?

19. Já pensaram ou tentaram cometer suicídio?

8. O que fazer quanto à dependência do jogo?

Antes de tudo, temos de determinar exactamente se estamos ou não a lidar com um caso de jogo patológico. Consultem pessoas especializadas (procurem  neste site).

Depois disso há que decidir se querem ser tratados como externos ou internos. Se o paciente ainda está integrado socialmente, a compulsão ainda não se desenvolveu plenamente, então visitas a terapeutas ou psiquiatras e psicoterapeutas é aconselhável.


Por outro lado, se a compulsão apresenta já um desenvolvimento avançado, têm de decidir se o paciente deve recorrer ou especialista psicossomático ou clínico perito nestas situações. Se  as consequências psico-sociais ainda não forem demasiado graves, ou se o comportamento compulsivo quanto ao jogo foi apenas causado por stress (por motivos de separação, perda de emprego, etc), seria aconselhável a consulta de um especialista psicossomático para tratamento.

Em casos avançados, um especialista clínico também deve ser incluído no tratamento. Se existir alguma outra dependência física como drogas ou alcoolismo, a pessoa deve ser tratada numa clínica própria.

Geralmente, esta parte da terapia implica que ambas as partes acordem uma total abstinência do jogo. Uma simples redução do ritmo de jogo não é suficiente. A completa abstinência vai acabar por revelar o problema subjacente que acaba por se expor de forma clara, a razão de dependência.

É importante em qualquer caso, encontrar a razão por detrás do comportamento compulsivo de jogo e conversar sobre as mudanças adequadas de forma a corrigir-se os padrões de pensamento erróneos, trabalhando ao mesmo tempo um plano para evitar um retorno ao estado de dependência anterior. Todos os problemas do jogador compulsivo têm de ser tratados, p.ex. a questão da falta de controlo, a regulação emocional e os padrões de relacionamentos. Estes últimos, em particular, podem ser trabalhados em terapias de grupo.

É da maior importância destacar-se a relevância das possíveis dívidas desses jogadores, de forma a criar um programa de saneamento financeiro progressivo e equilibrado em vez de ignorar este problema. Os familiares devem ser envolvidos no processo e devem apoiar o paciente com problema patológico, aceitando as suas dívidas.

 Dr. Thorsten Heedt,



*Você é aquilo que diz não ser*

*Você é aquilo que diz não ser*




Você é o que você faz – não o que você pensa que é, o que você deseja ser, o que você diz que é.


"Não sou racista, mas..."

Fique atento sempre que essa construção sair da sua boca. Eu não te conheço. Não sei se você é racista ou machista ou esquerdista. Mas você sabe.

Você é o que você faz – não o que você pensa que é, o que você deseja ser, o que você diz que é.

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Então, se você diz que não é machista mas, logo em seguida, faz um comentário machista – isso faz de você um machista! A expressão inicial "não sou machista mas..." além de NÃO servir como antídoto ou contraponto para o comentário invariavelmente machista que vem depois, ao contrário serve apenas para chamar atenção para ele. Machista é quem faz comentários machistas - independente da pessoa dizer ou não que é machista, de se achar ou não machista.

Exemplos:

"Não sou comilão, mas vou comer um segundo prato só porque não comi nada hoje."

(Você faz o comentário justamente porque sabe que vai se comportar como um comilão e pegar um segundo prato - o que, naturalmente, faz de você um comilão.)

"Não sou direitista mas que aborto é assassinato, isso é." Ou, ou: "Não sou de esquerda, mas acho que Fidel Castro fez bem em nacionalizar a economia."

(O que faz de você um esquerdista ou um direitista são justamente suas opiniões esquerdistas ou direitistas. Se você diz que não é, é porque JÁ sabe que suas opiniões vão ser percebidas assim - e vão ser percebidas assim PORQUE SÃO ASSIM.)

"Não sou pedante, mas essa banda parece coisa de porteiro com gumex no cabelo."

(Está ficando claro?)

"Não sou crítico literário, mas achei esse livro muito fraco."

(Aqui, a pessoa diz que não é crítica literária porque está prestes a fazer algo que ela ACHA que é o que fazem os críticos literários, ou seja, julgar o livro. Naturalmente, não é isso, mas o exemplo se mantém: a gente sempre diz que não é aquilo que achamos ou tememos ser.)

Fiquem atentos ao que as pessoas dizem que não são. Especialmente se a pessoa for você.

Descobri coisas vergonhosas sobre mim mesmo quando passei a reparar quais coisas eu dizia que não era.

E, só assim, pude começar a mudar.