Sabes
que quando falo contigo no silêncio da noite te desnudo?
-
Sim, sinto quando me retiras a camisa de dormir
E
imagino que fazes o mesmo comigo e me desejas tanto quanto te desejo a ti?
-
A nossa imaginação leva-nos para além de tudo o que é terreno. Transporta-nos a
outro Mundo! O nosso Mundo!
Naqueles
momentos parece tão fácil possuirmo-nos!
-
E é fácil! Ouves-me?
Sinto
as tuas pernas rodearem o meu corpo, os movimentos de ambos, a entrega, os
beijos trocados, as línguas loucas em busca da outra.
-
A tua voz que me penetra e mexe com todos os meus sentidos. É gosto, é toque, é
magia.
E
é tão fácil pensar que estou dentro de ti!
-
E estás!
Vejo
então os teus olhos repletos de meiguice. E perco-me neles.
-
E ficaremos assim perdidos enquanto a magia durar.
Sabes
como gosto de ti?
-
Diz-me de novo!
Sentes
como gosto?
-
Mostra outra vez! E outra...
Sabes
como desejo essa entrega?
-
Ela já existe, não sabias?
Beijo-te
cada pedaço de ti...
-
Ofereço-te cada pedaço. Devolve-me depois com mil beijos.
«Adivinhava-lhe a camisa de noite, o desarranjo da mesma, o desejo em
crescendo, toda a panóplia de sentimentos bonitos que a alma dela continha.
(..)Desnudou-a! E surpreendeu-se com a beleza emanada do corpo dela. Da alma já
ele sabia. Então, devagarinho, tomou-a nos braços, beijou-a longamente enquanto
suavemente a empurrava de encontro às areias molhadas da praia coberta de
estrelas e onde apenas o mar brilhava. Fizeram amor até o Sol aparecer de novo.
(...)»
(duas vozes, duas mãos, um pensamento)