Casamento... É preciso saber viver...
O que era amor, vira apenas sofrimento, desilusões e queixas, queixas que parecem intermináveis.
Nessas horas as palavras ‘diálogo’ e ‘perdão’ são deixadas de lado.
Só restam justificativas que tentam mostrar que o erro é do parceiro, assumir jamais. “
Pedrinhas” perigosas” que destroem o lar.
Não tropeçamos em montanhas, mas em pedrinhas... Por quê? Porque as montanhas conseguem enxergá-las.
Carlos Drummond de Andrade já dizia em um dos seus poemas: “Tinha uma pedra, no meio do caminho. No meio do caminho, tinha uma pedra”.
Assim, os maiores obstáculos em nossa vida são aqueles que julgamos intransponíveis, como uma pedra, talvez imensa, certo? Errado.
Pelo menos não é assim que acontece conosco no nosso dia a dia e principalmente em se tratando de casamento. Afinal, ninguém escorrega ou cai no caminho quando pisa sobre uma grande pedra, mas sobre aquelas pequenas, quase invisíveis, mas reais. Assim, parafraseando Drummond, poderíamos dizer: “Tinha uma pedrinha, no meio do caminho. No meio do caminho, tinha uma pedrinha”. E o pior é que percebemos sua existência quando já estamos no chão.
Por quê? Por que temos o hábito de não considerar pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença no casamento, a ponto de determinar o triunfo ou a derrocada de uma relação?
Detalhes. Pode parecer exagero, mas são os detalhes que fazem a diferença na vida conjugal. Briguinhas por coisas banais como “Eu gosto de café forte, ela de café fraco” ou então, “Eu gosto de futebol, ela detesta” minam a beleza do relacionamento. Essas futilidades são “pedrinhas” que tornam o caminho do “até que a morte nos separe” mais curto. Sem perceber, discussões começam a determinar o rumo do relacionamento. As brigas tornam-se freqüentes.
Veja o que diz o capítulo 2, verso 15 de Cantares de Salomão: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, as nossas vinhas que estão em flor.” O versículo é pertinente, pois expressa que não eram as raposas, mas sim as raposinhas que prejudicavam as vinhas, justamente no período em que elas estavam florescendo. O mesmo acontece com o casamento. Exatamente no período onde “tudo parece ser flor” é que começam a surgir as “pedrinhas”, as “raposinhas, elas são grandes e ao longe podemos avistá-las. Porém, o mesmo não acontece com as pequenas pedras. Muitas delas estão à beira do caminho prontas para fazer alguém tropeçar.
Que a partir de hoje, você comece a enxergar aqueles detalhes que estão prejudicando o seu relacionamento. Aquelas “pedrinhas” que, muitas vezes, são deixadas de lado, mas que com o tempo se tornam grandes obstáculos. Quem sabe você e seu cônjuge não começam agora mesmo? Afinal, assim como diz o ditado, ninguém gosta de ter uma “pedra no sapato”. Não é verdade?
O que deve ser absolutamente sólido.
Existe alguma coisa que não deve ser modificada em um casamento? O que seria - forma, estrutura, padrões ou regras, posicionamento do marido e da esposa?
Em minha opinião o que deve ser absolutamente sólido e imutável num relacionamento conjugal é o compromisso que uma pessoa assume com a outra.
Esse compromisso não é algo apenas emocional, uma simples atração que faz com que ambos se desejem ardentemente.
É um compromisso de vida, que leva duas pessoas a se amarem profundamente, conforme descrito em 1 Coríntios 13.
Não é somente um amor falado e cantado, mas é um sentimento encarnado no cotidiano. É uma escolha mútua, constante; um compromisso verbalizado e praticado.
Vamos ver algumas atitudes que os cônjuges devem querer, QUERER e procurar DESENVOLVER. Essas atitudes devem partir de um para com o outro e visam facilitar cumprir o compromisso assumido um dia, por escolha própria e verbalizado na presença de Deus, de amigos e parentes e um do outro:
* Ser paciente
* Ser Bondoso (a)
* Ser fiel
* Ser Perdoador
* Alegrar-se quando a justiça reinar no relacionamento
* Viver em harmonia
* Estar disposto (a) a esperar o melhor do cônjuge
* Não desanimar
* Não ter ciúmes
* Não tentar ser superior
* Não ser cruel, sarcástico (a), grosseiro (a)
* Não ser egoísta (autocentralizado mas outrocentralizado)
* Não ser defensivo (a).
* Não se ofender por coisas mínimas
* Não se alegrar com a falha do cônjuge e nem aproveitar a oportunidade para se promover
Cada casal terá outras particularidades a serem acrescentadas.
Mesmo que você não aprecie listas de espécie alguma, lembre-se que há momentos em que haverá necessidade de parar e, pelo menos, visualizar alguns pontos vitais.
Cada casal saberá o momento adequado de dizer um ao outro que está consciente desse compromisso, e que, compreende a necessidade de ambos levarem-no a sério. Os votos abaixo, não são palavras mágicas, mas podem ajudar, e muito, os casais que, sinceramente, os proferirem:
'O compromisso que assumi com você será mantido durante toda vida, porque escolhi viver a seu lado até que a morte nos separe. Minha incapacidade de cumprir todos os ítens citados é compensada pela maravilhosa beleza do perdão. Posso errar, mas ainda assim ser perdoado (a). Porém, isso não me libera para acomodar-me nos erros, mas sim para crescer em nosso relacionamento, sem intimidações. Sei que, sendo fiel a Deus, o serei a você. Quero continuar a caminhada ao seu lado, consciente de minha dependência do Pai'. Esse amor compromissado lança fora medo e fracasso e oferece ambiente seguro para crescimento como pessoas e como casal.
Quando um cônjuge se utiliza da fraqueza do outro para controlar a situação e até fazer ameaças de abandono, a lista acima já foi há muito abandonada e o descuido, penetrando, já começou a destruir a relação.
Mesmo assim, ainda é tempo de acordar. Ainda é tempo de assumir uma postura madura, que agrada ao Deus que odeia o divórcio e quer que vivamos em calma e harmonia.
É preciso decidir querer. É preciso dedicação, é preciso assumir o compromisso!