S@pphire
Santa Catarina
registro:
Evolua tanto que os outros precisarão conhecer você de novo.
¨¨ Uma vida sem notificações
Preciso de mais cheiro, sabor, cor, toque e olhar. Preciso de minha vida sem o botãozinho vermelho que notifica que alguém autoriza minha história do jeitinho que ela é, e que posso apenas vivê-la assim, em paz com minhas aventuras ou desventuras, independente do olhar alheio ou do consentimento externo. Sem a pressa e o imediatismo de querer respostas e retornos tão rápidos e intensos quanto uma partida de pingue pong acelerada. Sem a cobrança por uma atitude, já que a mensagem foi visualizada ✅✅ , e por isso tem a obrigação de ser retornada. Desaprendemos a ir com calma. Esquecemos que a realidade não corre em velocidade 4G.
Fabíola Simões.
¨¨ Te sentir outra vez...
Sou teimosa o suficiente para deixar o que me resta de você tomando sereno ali fora. Tranco a porta e pouco me importo com os pedaços de você que vão se espalhando pelos cômodos da casa. Não me obrigo a ser cordial com essa saudade aventureira que vez ou outra o coração ainda sente. Não me apego nos detalhes, nos pequenos gestos que desenhavam os sorrisos mais sinceros. Esqueço que o frio na barriga era incrível dentro do seu abraço e vou. Negando e aceitando que nem sempre as coisas são como a gente quer e que de madrugada o coração ainda se dá ao trabalho de te sentir outra vez.
¨¨ Lar é onde o coração está.
Duas coisas são essenciais na vida: Teto e afeto.
Teto com afeto é lar.
Casa só se torna lar quando comporta marcas na parede registrando o crescimento do menino, xícara com asinha lascada de tanta prosa e chá, panela queimada no clássico de domingo, saudade estampada no porta retrato da sala.
Não importa quão longe você queira ir, não importa de quem você deseja fugir, seu lar é onde seu coração está.
Ele segue com você e não é preciso ser como Carl, personagem do desenho "Up Altas Aventuras"_ viúvo de 78 anos que para manter uma promessa feita à falecida esposa, sai com a casa pelos ares amarrada a balões de gás_ para entender que nos livramos de telhas e tijolos, mas ficamos atados àquilo que um dia transformou toda essa arquitetura num lar de verdade.
É difícil fechar a porta quando as lembranças criaram raízes e a poeira é relíquia de tempos bons. A gente recomeça e sem querer está repetindo a mesma organização, tentando eternizar aquilo que é familiar.
"Lar" pode ser alguém _ geralmente é.
É pra lá que nosso coração se dirige quando encontra-se perdido, exilado, estafado.
Não importa a mobília, a decoração, a sofisticação _ O coração não tem memória palpável mas reconhece o que é verdadeiramente humano.
No fundo, queremos apenas nos sentir seguros_ simplesmente "em casa".
Fabíola Simões
¨¨ Um dia me disseram que...
Um dia me disseram que eu deveria colocar os pés no chão e dançar. Me disseram que eu deveria colocar o amor para viver e não me preocupar com os porquês do caminho. Um dia me disseram que eu aprenderia com todos os baques da vida, com todo o amor que recebi e dei. Mas não me acostumaria com qualquer partida. E que eu também poderia partir o coração de alguém.
Que muitas vezes eu poderia não estar pronta. Poderia deixar a roupa em cima da cadeira, a mala aberta sem bagagem. Poderia regar a esperança num dia de sol ameno.
Um dia me disseram que eu poderia voar se quisesse. Plantar flores e escolher as cores. Tudo do jeito que imaginasse e quisesse. E que meus pés não precisariam ter pressa, assim como minha alma.
Assim como o perfume que acabara de sentir, ao ver o homem da minha vida passar por mim. Mesmo que ele nem saiba disso, mas que eu já saiba aqui dentro. Um dia me disseram que eu carimbaria o passaporte da vida. Encheria de lugares, estações, sentimentos e poesia. E que tudo eu daria pra viver em paz e feliz.
Claro que nem sempre foi assim..
Um dia me disseram tantas coisas. Muitas, abstrai. Outras, não resisti e fui de cabeça, de corpo inteiro.
Fui janeiro, fui inverno, fui o coração menos agressivo.
Os pés seguiram.
Hoje dançam, acompanham qualquer mudança, qualquer final de ato. Qualquer temperatura que muda o sentido.
Um dia me disseram, e eu, aprendi por mim..
Sil Guidorizzi
¨¨ Mãe é um ser infinito.
Ela tem a capacidade de ouvir o silêncio.
Adivinhar sentimentos.
Encontrar a palavra certa nos momentos incertos.
Nos fortalecer quando tudo ao nosso redor parece ruir.
Sabedoria emprestada de Deus para nos proteger e amparar.
Sua existência é em si um ato de amor.
Gerar, cuidar, nutrir.
Amar, amar, amar...
Amar com um amor incondicional que nada espera em troca.
Afeto desmedido e incontido, Mãe é um ser infinito.
Anderson Cavalcante
https://www.youtube.com/watch?v=eWkJPEiu89E