Permitam-me, mas é necessário abrir um espaço aqui, no Portais da Moda, para algo que muitas vezes não damos importância em meio a lentes, câmeras, Giseles, Naomis, Adrianas, Julianas, Jolies e tantas outras. E você, querido (a) usuário (a) poderia estar se perguntando: O que seria? Acho que vocês já viram, eu confesso que não havia me atentando suficientemente para tal acontecimento (desculpem-me o equívoco, ok?).
https://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk
Pois bem, emoção… Essa é a palavra que resume a apresentação da escocesa e desempregada Susan Boyle, 47 anos, no programa Britain`s Got Talent ao interpretar “Cry me a river here” do musical “Os miseráveis”. Nada mais claro que o semblante dos jurados. Simon Cowell arregalou os olhos... Mal acreditava no que via. Amanda Holden ficou boquiaberta... Era magnífico! Delicioso para se ouvir! E, aplaudiu em pé! E os olhos de Piers Morgan resumiam o sentimento de um público apaixonado por uma bela voz, até então, desconhecida. Isso porque Boyle desbancou muitos que a julgaram incapaz de se destacar em um programa tão renomado, por causa de sua aparente “falta de beleza” (será que depois disso temos ainda esse conceito? Acho que não!). Mas a essa personagem de uma história que poderíamos considerar épica não se sentiu intimidada. E foi isso que a fez alcançar o brilho de uma estrela. Com uma rara doçura nos conduziu a um estado de graça. Quando abriu a boca, revelou uma voz admirável, como de poucos; e extraiu de nós todos os sentimentos de culpa, vergonha e esperança. Ela deu uma lição ao mundo e mostrou uma beleza escondida. Que beleza essa? Uma frase do britânico “The Gardian” expressa claramente essa tônica “Susan Boyle é feia? Ou Somos nós?”
Sim, por ser ver com qualidades ela demonstrou uma beleza que talvez nem a própria Susan talvez conhecia. E ela põe em cheque a seguinte questão: ”O que é beleza afinal?” É o que muitos dizem? “São as super modelos”?
A verdade “O mundo é dos belos”, definitivamente, depois dessa apresentação no Britain`s Got Talent, caiu por terra nos mostrando que a beleza exterior não é fundamental. Afinal, um fenômeno que rendeu mais de 100 milhões de visualizações não é pouca coisa... Vocês não acham? É... Isto é fato.
Vivemos a ditadura da beleza... Mas acho que depois desse dia, o mundo parou pelo menos por uns instantes para valorizar o que realmente é importante, em meio a tantos discursos de moda, dicas de estilo, tendências, desfiles do SPFW, Fashion Rio e tantas outras questões que nós, fashionistas, estamos acostumados a lidar todos os dias: O interior do homem e o que ele tem a oferecer a outros.
O que também me emocionou muito (além, é claro, da história de Susan e sua apresentação) foi o momento em que Simon Cowell perguntou a Susan:
- “Certo. Qual o seu sonho?”
- “Estou tentando ser cantora profissional”
- “E o que a fez viajar para tão longe?”
- “Nunca me deram uma chance antes e espero que isso mude”
Susan revelou uma força e beleza interiores únicas, algo que todos nós devemos ter acima de saber qual é a última tendência da estação. Luiz Alberto Py, psicanalista afirma: “A beleza física é aquela que você vê a distância. Então ela é muito valorizada porque ela é a primeira que é vista, mas não é a mais importante. Porque quando você procura alguém pra ser amigo ou para se relacionar ou até para casar você não procura só a beleza”.
O que se esconde por traz de uma aparente feiúra, muitas vezes, revela uma das maiores e agradáveis “belezas”. Uma beleza impalpável. É a essência. Que isso adentre o seu coração. Um abraço!
Danusa Spricigo Pasqual
Redação