acma1953

registro: 03/01/2011
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Expressões usadas...

Hoje ao ler um artigo encontrei um rol de expressões usadas na língua portuguesa, cuja origem ou razão de existir eu desconhecia em algumas delas. Usava/uso muitas delas, mas sinceramente sem conhecer objectivamente como surgiram. Muitas destas expressões creio também existirem no Brasil e, certamente todos, ou quase todos, os Países neste Mundo terão suas próprias expressões ligadas a alguma história ou lenda.
Achei engraçado e resolvi partilhar.
Bom domingo a todos.

Depois das favas contadas, eis um forrobodó de expressões portuguesas

 

TER 15 MINUTOS DE FAMA - SER CONHECIDO POR BREVES INSTANTES

"No futuro, todos serão famosos durante 15 segundos". Esta é a frase original que pertence ao artista plástico Andy Warhol que, em 1968, inscreveu estas palavras no catálogo de uma exposição sua para o Museu de Arte Moderna de Estocolmo

 

DAR O AMOQUE - TER UMA VARIAÇÃO DE HUMOR DRÁSTICA

 'Amoque' é a adaptação portuguesa da palavra malaia 'amok'. O termo chegou até nós através do romance do escritor austríaco Stefan Zweig: 'Amok', traduzido por 'O Louco da Malásia'

 

À LAGARDÈRE - AGIR DE FORMA IMPROVISADA, RUDE

O termo vem do romance 'Le Bossu' do escritor francês Paul Féval. O protagonista, o cavaleiro Henri de Lagardère, torna-se lendário pela sua bravura e pela arte de bem esgrimar

 

FORROBODÓ - GRANDE FESTANÇA.

'Forrobodó' era o nome de uma opereta brasileira que estreou a 11 de junho de 1911 no Teatro S. José, no Rio de Janeiro. O texto satirizava a sociedade carioca da época, incluindo os seus hábitos e costumes, e era acompanhado pela música da famosa compositora Chiquinha Gonzaga

 

O REI VAI NU - DISFARÇAR INTENÇÕES OU FRAGILIDADES

 Tem origem no conto 'O Rei Vai Nu' de Christian Andersen que conta a história de um rei que mandou fazer um fato com os mais finos tecidos da época. Os alfaiates enganaram-no, dizendo-lhe que tinham feito um fato que só os inteligentes podiam ver. O rei olhava-se ao espelho e via-se nu, mas para não admitir a pouca inteligência elogiou o facto que, na verdade não existia, e decidiu desfilar pelo reino. Ninguém teve coragem de abrir a boca, excepto uma criança que disse o que todos pensavam: "o rei vai nu"

 

DEITAR A TOALHA AO CHÃO - DESISTIR

Expressão vem dos desportos de combate, como o boxe, nos quais o treinador ou o médico do lutador têm que atirar a toalha para o chão do ringue como sinal de desistência

 

SER ROSCOFE - TER POUCA QUALIDADE, NÃO SER DE CONFIANÇA

No início do século XX surgiu uma marca - Roskopf - que fazia imitações dos relógios caros para a camada menos abastada da população. Porém, logo se começou a dizer que a marca Roskopf não era de fiar, pois os relógios não eram exatos

 

 

SER O PATINHO FEIO - SER ADMIRADO SÓ DEPOIS DE SER DESPREZADO

Também tem origem num conto de Christian Andersen, segundo o qual um pequeno cisne é adoptado por uma família de patos, mas é visto com desdém por ser diferente. Mas tudo muda quando se transforma num belo cisne, passando, então, a ser admirado

 

ANDAR A MONTE - ANDAR FORAGIDO

Origem da expressão remonta ao século XVIII ou XIX quando a larga maioria da população vivia nas zonas serranas. Assim, quando alguém tinha problemas com a justiça só lhe restava fugir e de preferência para os montes e montanhas que tão bem conhecia

 

ANDAR AOS PAPÉIS - ANDAR PERDIDO, EM BUSCA DE ALGO

A origem desta expressão remete para os trapeiros e recoletores de lixo que buscavam por sobras no lixo com as quais se pudessem governar. Uma das sobras mais procuradas eram os papéis, pois podiam ser revendidos

 

ARROTAR POSTAS DE PESCADA

Falar mais do que se sabe Antigamente, a pescada era consumida apenas pelas camadas mais altas da população, uma vez que as mais baixas só podiam comer bacalhau e sardinha. Assim, a expressão designa quem fala com mais vaidade do que aquela que a sua condição permite

 

ÁRVORE DAS PATACAS - SITUAÇÃO FAVORÁVEL

No tempo do Império Português, muitos eram aqueles que iam para o Ultramar na tentativa de enriquecerem. Naquela época, a moeda de Macau era a pataca, bastante valiosa. A ida dos portugueses para fora era no sentido de conseguirem reunir muitas patacas, como se para isso bastasse abanar uma árvore

 

ASSENTAR ARRAIAIS - ESTABELECER-SE COM FIRMEZA

Antigamente, os acampamentos do exército eram conhecidos por arraiais. Assentar arraiais significava montar um acampamento militar para se continuar a luta pela expansão do território português

 

ANDAR NOS TRINQUES - ANDAR BEM VESTIDO

Na origem da expressão está a palavra francesa 'tringle', que em português foi traduzida para 'trinque' para designar o varão onde se pendurava a roupa nova. A expressão chegou a Portugal no século XVII, entrou em desuso, virou moda no Brasil e regressou a Portugal nos anos 70 com as novelas brasileiras

 

COCHINCHINA - LOCAL MUITO DISTANTE

Pode pensar que não, mas a Cochinchina existiu mesmo. Era, aliás, a parte mais meridional do Vietname, a leste do Cambodja. Cochin é a fonética para o respectivo ideograma chinês. Durante a ocupação francesa era conhecida como Cochinchina.

 

CONTO DO VIGÁRIO - TRAPAÇA FEITA PARA ENGANAR AMBICIOSOS

Expressão resulta da forma como os vigaristas burlavam os ambiciosos. Reza a lenda que um vigarista aproximava-se de uma pessoa, pedindo-lhe que fosse entregar a mala do vigário que trazia, e que estava cheia de notas, a determinado local, uma vez que ele, vigarista, não podia por uma ou outra razão. Como ia entregar todo o dinheiro, o burlão pedia uma ajuda monetária à pessoa que ficava com a mala, pois ficava sem qualquer tostão no bolso para uma eventualidade. Desta feita, as pessoas davam algumas notas ao intrujão que desaparecia. Os burlados só depois se apercebiam de que no interior da mala não havia dinheiro, mas sim papéis

 

CORTINA DE FERRO - SEPARAÇÃO ENTRE A EUROPA OCIDENTAL E A DE LESTE

A frase não pertence a Churchill, mas sim ao líder nazi Goebbels que escreveu o seguinte no último artigo por si publicado no jornal Das Reich, a 25 de fevereiro de 1945: "Uma cortina de ferro tombará sobre este enorme território controlado pela União Soviética, atrás da qual as nações serão massacradas"


A CASCAIS, UMA VEZ E NUNCA MAIS

Expressão terá origem no final do século XIX quando os acessos à vila eram maus e dificultava as viagens

 

OS TRÊS DA VIDA AIRADA: COCÓ, RANHETA E FACADA - TRÊS PESSOAS QUE ESTÃO SEMPRE JUNTAS

A primeira vez que encontramos a expressão, que designa o facto de três pessoas andarem sempre juntas a fazer disparates, é no jornal satírico 'A Paródia', de Rafael Bordalo Pinheiro, entre 1900 e 1905

 

CAI O CARMO E A TRINDADE - QUANDO HÁ UM ESCÂNDALO OU UM DESCALABRO

A expressão remonta ao ano de 1755, mais precisamente após o tsunami que destruiu Lisboa. Os dois conventos, que se situavam na antiga freguesia do Sacramento, foram afectados pelo sismo que abalou a capital. Caiu o (convento do) Carmo e (o convento da) Trindade.

 

CHIQUE - ALGUÉM MUITO ELEGANTE

Há duas explicações. Uma remete-nos para Chicque, o discípulo do pintor neo-clássico David que era descrito como alguém muito elegante. Outra chega-nos da Alemanha: Schick é o termo alemão para "boas maneiras" ou "requinte"

 

CASANOVA - SER UM GALÃ

Existiu efectivamente o Casanova. Chamava-se Giacomo Girolamo Casanova (1725-1798) e era um militar, escritor e eclesiástico sedutor que ficou com fama de galã

 

CATRAIA - MOÇA JOVEM

É difícil perceber a ligação entre a sua aplicação e a sua origem, uma vez que catraias eram pequenos barcos a remos muito rápidos que cruzavam o Tejo, transportando quem ia a banhos

 

BOLAS DE BERLIM

Não se trata de uma expressão, mas da origem de um dos bolos mais consumidos em Portugal. A bola de berlim chegou até nós durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido trazida por refugiadas alemãs. Como estas não podiam trabalhar, pois estavam ilegais no país, dedicavam-se ao negócio da doçaria tradicional para irem ganhando algum dinheiro

 

BRIGADA DO REUMÁTICO - UM GRUPO DE PESSOAS MAIS VELHAS

Esta expressão tem origem em março de 1974 quando, um mês antes do 25 de Abril, um grupo de generais se juntou para prestar o seu apoio e o das Forças Armadas ao presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano

 

BEBER UMA IMPERIAL

Uma imperial mais não é do que cerveja tirada à pressão. Mas por que razão dizemos 'imperial'? A resposta é simples. A primeira fábrica a comercializar cerveja desta forma em Portugal chamava-se Germânica Imperial. Mais tarde (1916) foi nacionalizada e mudou o nome para Cervejaria Portugália

 

BALDE ÁGUA FRIA - NOTÍCIAS QUE QUEBRAM O ENTUSIASMO

Antigamente era costume atirar baldes de água fria a pessoas com distúrbios do foro mental. Este hábito não curava, mas acalmava os ânimos

 

DAR A MÃO À PALMATÓRIA - RECONHECER OS PRÓPRIOS ERROS

Antigamente eram permitidos castigos corporais na escola. A palmatória era uma régua de madeira grossa com sete buracos que os professores utilizavam para castigar os alunos. Estes, por sua vez, davam (literalmente) a mão à palmatória, reconhecendo (por iniciativa própria ou sendo obrigados) os seus erros

 

PARECE UM DISCO RISCADO - ESTAR SEMPRE A DIZER O MESMO

Os discos de música em vinil eram colocados no prato do gira-discos para serem lidos por uma agulha. Porém, com o uso, a agulha acabava por riscar o disco o que fazia com que o som 'empancasse' e fosse repetido vezes sem conta até que o gira-discos fosse desligado

 

ÉS DE BRAGA? - ALGUÉM QUE NUNCA FECHA AS PORTAS

Reza a lenda que a velha porta principal da cidade de Braga, na Rua do Arco da Porta Nova, nunca estava fechada

 

DON JUAN - UM HOMEM MULHERENGO

O escritor Tirso de Molina criou, no século XVII, a personagem teatral D. Juan, cujo mito foi recuperado mais tarde por Molière ('Don Juan, ou le Festin de Pierre') e por Mozart com a ópera Don Giovanni

 

FICAR A VER NAVIOS - QUANDO AS EXPECTATIVAS DE ALGUÉM SÃO DEFRAUDADAS

Há várias explicações para esta expressão. Uma prende-se com a morte de D. Sebastião, pois diz-se que eram muitas as pessoas que iam para o Alto de Santa Catarina ver os navios que chegavam na esperança de que algum trouxesse o rei. Outra explicação prende-se com a fuga da família real para o Brasil aquando das invasões francesas. As tropas de Junot ficaram a ver navios, pois D. João VI e a família já haviam fugido

 

DAR ÁGUA PELA BARBA - ALGO QUE DÁ GRANDES DIFICULDADES A ALGUÉM

A barba é, em termos náuticos, a proa de uma embarcação. Quando a água está pela barba, a situação é preocupante para a estabilidade do barco

 

HÁ MAR E MAR, HÁ IR E VOLTAR - PRUDÊNCIA

A expressão foi criada por Alexandre O'Neil para uma campanha de segurança nas praias, mas rapidamente a população se apropriou dela para falar sobre a necessidade de prudência e cautela em determinada situação

 

ESTAMINÉ - UM LOCAL

O estaminé pode ser usado para qualquer tipo de espaço ou lugar. A sua história leva-nos à França do início do século XX onde o 'estaminet' era um vulgar café ou loja que existia essencialmente para abastecer os soldados das trincheiras

 

TRIGO LIMPO, FARINHA AMPARO - ALGO QUE É MAIS DO QUE CERTO

Trata-se do slogan da Farinha Amparo que, no spot publicitário, dava como certa a qualidade da farinha. Mais uma vez, o povo apropriou-se da frase para a usar no quotidiano

 

ESTAR COM A CORDA TODA - FALAR SEM PARAR

A corda remete-nos para os antigos relógios e brinquedos que funcionavam através de mecanismos de corda. Quando estavam com a corda toda enrolada moviam-se mais depressa ou com maior tempo de duração

 

FILA INDIANA - CAMINHAR EM FILA

O caminhar em fila foi aprendido com os nativos americanos que caminhavam em fila para disfarçar o número de elementos do grupo e poder atacar de surpresa

 

ESTAR XEXÉ - NÃO ESTAR BEM DA CABEÇA

Xexé era uma figura cómica do Carnaval português no final do século XIX e início do século XX. Tinha um ar de velho tonto e só dizia disparates

 

FAZER SALAMALEQUES - FAZER GRANDES VÉNIAS

A origem desta expressão está na saudação muçulmana Salam Alaikum ('Que Alá esteja contigo'). Salamaleque é uma corruptela da expressão original

 

SER UM GATO PINGADO - SER ALGUÉM SEM GRAÇA

No Japão existia uma tortura que consistia em despejar pingos de óleo a ferver sobre a pele de um infeliz. Os recipientes de onde pingava o óleo tinham forma de gato

 

IR FAZER TIJOLO - MORRER

Existia um antigo cemitério mouro na área da Rua do Tijolo. Após o sismo de 1755, os populares aproveitaram os materiais do cemitério desactivado para reconstruir a cidade. Mas muitas vezes iam ossadas misturadas que iam... fazer tijolo

 

DAR O GRITO DO IPIRANGA - DAR UM GRITO DE REVOLTA

"Independência ou morte". A frase, em forma de grito, terá sido proferida por D. Pedro IV, regente do Brasil, a 7 de setembro de 1822 nas margens do rio Ipiranga. Terá sido aqui que começou o caminho para a independência da antiga colónia portuguesa

 

IR AOS ARAMES - ZANGAR-SE

Origem desta expressão leva-nos às trincheiras, mais especificamente aos soldados que tinham por missão sair da segurança das trincheiras para repararem os arames farpados da chamada terra de ninguém. Felizes é que eles não ficavam...

 

METER O ROSSIO NA RUA DA BETESGA - COLOCAR ALGO MUITO GRANDE NUM ESPAÇO MUITO PEQUENO

O Rossio é um largo central, enquanto a rua da Betesga é uma rua estreita que liga o Rossio à Praça da Figueira. A expressão também pode ser usada para se dizer que se pretende colocar muitas pessoas (que cabem no Rossio) num espaço muito pequeno (rua da Betesga)

 

LITERATURA DE CORDEL - LITERATURA DE FRACA QUALIDADE

Nos séculos XVIII e XIX, os livros populares sobre histórias de crime e amor eram expostos nas bancas presos por um cordel

 

LUGAR AO SOL - LUGAR DE RELEVO

Expressão vem do filósofo francês Blaise Pascal (1622-1662) que, em 'Pensamentos', escreveu: "Este é o meu cão; dirão essas crianças pobres: este é o meu lugar ao sol"

 

MORDER OS CALCANHARES - ALGUÉM QUE ESTÁ MUITO PRÓXIMO DE OUTRA PESSOA

Mais uma expressão de origem náutica. A ordem de 'morder os calcanhares' é dada por um oficial quando quer que os homens subam às enxárcias do navio muito juntos e uns após os outros. Quase como se mordessem os calcanhares uns aos outros

 

HÁ DE TUDO COMO NA FARMÁCIA - LOCAL ONDE HÁ TUDO O QUE SE PRECISA

A expressão original é "Há de tudo como na botica", pois as antecessoras das farmácias eram as boticas. Por seu turno, os boticários eram conhecidos por terem - nas boticas - todo o tipo de mezinhas

 

O CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO

Era o lema dos célebres armazéns ingleses Selfridges fundados, no início do século XX, por Gordon Selfridge

 

NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS - TUDO TEM UM PREÇO

Expressão surgiu no século XVIII quando os pubs ingleses começaram a oferecer acepipes (aperitivos) aos clientes para acompanhar as bebidas ou refeições. Mas alguns clientes pediam os acepipes sem consumirem nada, o que levou os donos dos pubs a dizerem que "não há almoços grátis"

 

MATAR O BICHO - TOMAR O PEQUENO-ALMOÇO

Esta expressão remonta ao século XVI quando uma senhora da corte morreu de forma suspeita. Feita a autópsia foi descoberto um verme vivo no coração da madame que só morreu depois de ter sido colocado num frasco com uma substância alcoólica. A partir daí os médicos recomendaram que se consumisse uma bebida alcoólica ao pequeno-almoço para 'matar o verme (bicho)

 

UMA PEQUENA DISTRACÇÃO É A MORTE DO ARTISTA

Crê-se que esta expressão esteja relacionada com o trabalho perigoso dos trapezistas do circo

 

NÃO TER DINHEIRO PARA MANDAR CANTAR UM CEGO - ESTAR NA MISÉRIA

Porque se a miséria for mesmo muita é impossível dar uma esmola a um cego

 

CHEIAS DE NOVE HORAS - PESSOAS PRESUNÇOSAS

No século XIX, os bons-costumes ditavam que as visitas terminassem às nove horas. Uma pessoas cheia de nove horas era alguém que colocava fim a uma visita àquela hora independentemente se a conversa estava a fluir ou não

 

DO TEMPO DA MARIA CACHUCHA - DE UMA ÉPOCA MUITO ANTIGA

Expressão vem de Espanha onde existe a lenda da Maria Castaña, uma senhora que convenceu o marido a não pagar impostos. Com os anos, os portugueses adoptaram a frase, mas mudaram Castaña para Cachucha. E Maria Cachucha passou a ser também uma dança popular do século XIX

 

PANDEMÓNIO - CONFUSÃO

A palavra pandemónio é formada pela junção dos termos gregos pan (todos) e daimon (demónio), mas só foi criada no século XVII pelo escritor inglês Milton no seu poema 'Paraíso Perdido', o local onde habitava Satanás. Com o tempo perdeu-se a conotação demoníaca


PÉ-DE-MEIA - POUPANÇA

Antigamente, as pessoas de menos posses guardavam o dinheiro em casa, mais especificamente no interior de meias. Na época, as peúgas eram denominadas pé de meia

 

PÔR-SE NA ALHETA - FUGIR

Esta expressão tem origem náutica. A alheta é a junção da popa com o costado que se lhe segue para vante. É também a direcção que fica a meia distância entre a popa e o través

 

POSIÇÃO DO MISSIONÁRIO - POSIÇÃO SEXUAL

Os missionários tentaram ensinar aos indígenas, durante os Descobrimentos, que esta era a posição sexual (o homem por cima da mulher com contacto visual directo) moralmente aceitável


OLHA O PASSARINHO!

Expressão que se usa no momento de tirar uma fotografia. Tudo porque os fotógrafos do início do século tinham, no topo das suas máquinas enormes e pesadas, um pássaro de plástico para captar a atenção dos fotografados

 

PARA INGLÊS VER - QUANDO SE FAZ ALGO POR PURA EXIBIÇÃO

Uma das explicações prende-se com a fuga da família real portuguesa para o Brasil. O infante João, futuro João VI, terá organizado no Brasil uma festa cheia de pompa e circunstância para mostrar aos nossos aliados ingleses como a mudança tinha sido bem recebida pelos brasileiros

 

REPÚBLICA DAS BANANAS - PAÍS DESORGANIZADO

Expressão foi criada pelo escritor americano O. Henry, pseudónimo de William Sydney Porter (1862-1910). Na sua obra de 1904, 'Cabbages and Kings', o autor referiu-se às Honduras como uma "pequena e marítima república das bananas". Porquê bananas? Porque era o fruto dominante no país

 

QUINTO DOS INFERNOS - LUGAR DISTANTE E DESAGRADÁVEL

Quando o Brasil era uma colónia portuguesa, um quinto de todo o ouro extraído era propriedade da coroa, era o chamado imposto do 'quinto'. Nesta senda, quando chegava a nau portuguesa para receber o imposto, os garimpeiros referiam-se a ela como a nau do 'quinto dos infernos'

 

TER A PULGA ATRÁS DA ORELHA - ESTAR DESCONFIADO

Antigamente, as pulgas eram uma companhia constante dos homens. Estes insectos chegavam a fazer ninhos dentro dos canais auditivos, o que fazia com que as pessoas tivessem uma pulga dentro ou atrás da orelha, ficando desconfiados de que se tratava das 'amigas' pulgas

 

SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS - ALGO CONSEGUIDO COM MUITO ESFORÇO

A expressão é da autoria de Winston Churchill. Em 1940, em plena hegemonia da Alemanha nazi, Churchill foi eleito primeiro-ministro de Inglaterra e no seu discurso na Câmara dos Comuns disse: "Digo a esta câmara, tal como já disse aos ministros que entraram para este governo, que nada tenho a oferecer senão sangue, trabalho árduo, lágrimas e suor"

 

TRABALHAR COMO UM GALEGO - REALIZAR TRABALHOS PESADOS

Na Lisboa dos séculos XIX e XX era comum trabalhadores de origem galega executarem trabalhos braçais, por vezes simples, por vezes pesados

 

A TOQUE DE CAIXA - ANDAR SOB UMA AUTORIDADE SEVERA

Nas paradas e desfiles militares, os soldados andavam guiados pelos toques de uma 'caixa', que era na verdade um tambor

 

SER MAIOR QUE A LÉGUA DA PÓVOA - UM CAMINHO DE LONGA EXTENSÃO

A légua da Póvoa existe, é a estrada do concelho da Póvoa de Varzim que vai da Casa dos Mortos até à primeira curva da estrada de Braga, em Laundos, tendo uma extensão de mais de 6 quilómetros

 

VIRA CASACAS - PESSOA QUE MUDA FACILMENTE DE IDEOLOGIA

O termo surgiu o reinado de D. Manuel III, rei da Sardenha, no século XVIII. Para proteger e aumentar o seu território, o monarca mudava várias vezes de aliados. Em Portugal, a expressão ganhou força após a implementação da República, quando os convictos monárquicos deram mostras públicas de apoio aos republicanos

 

VER BRAGA POR UM CANUDO - NÃO ALCANÇAR UM OBJECTIVO

Expressão está relacionada com a existência de um telescópio no monte do Bom Jesus. As pessoas podia ver Braga (por um canudo) mesmo estando longe (do objectivo)

 

OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA - OBRAS QUE SE ARRASTAM POR DEMASIADO TEMPO

Trata-se de uma referência à construção de Santa Engrácia, em Lisboa, que demorou 284 anos a ser construída (1682-1966)


https://www.youtube.com/watch?v=HIIQiBKDY1Y