A gente tem que continuar mesmo depois que o arroz queima, a água seca, o vinho entorna.
A gente continua depois de descobrir que os defeitos pioram com a idade
e as qualidades viram hábito no dia a dia.
A gente tem que continuar depois do luto, da partida, da despedida. das horas frias, do caminho incerto.
A gente continua e aprende a cantar "apesar de você, amanhã há de ser outro dia..." para o amor que não deu certo, para as falhas recorrentes. para nós mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser.
Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, a gente tem que continuar...
E aprendemos que ter que continuar é muito mais que traçar um caminho que justifique nossa esperança por dias melhores.
É saber deixar pra trás com sabedoria, entendendo que a vida é constituída de muitas histórias, e que finalizar um capítulo não significa dar fim ao que somos.
O mundo da gente começa a morrer antes da gente, e aceitar nossa responsabilidade em deixar o mundo se modificar, se despedir ou se transformar requer coragem.
Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, a gente tem que continuar...
E aprendemos que ter que continuar é muito mais que traçar um caminho que justifique nossa esperança por dias melhores.
É saber deixar pra trás com sabedoria, entendendo que a vida é constituída de muitas histórias, e que finalizar um capítulo não significa dar fim ao que somos.
O mundo da gente começa a morrer antes da gente, e aceitar nossa responsabilidade em deixar o mundo se modificar, se despedir ou se transformar requer coragem.
Coragem de romper com modelos antigos do que fomos e assumir com maturidade novas versões _ muitas vezes melhores _ de nós mesmos.
De vez em quando nos habituamos a antigos nós.
De vez em quando nos habituamos a antigos nós.
Preferimos a dificuldade do que é conhecido à facilidade de novos e perfeitos voos.
Desdenhamos a felicidade como quem se empenha em ser infeliz e construímos muros a nos proteger da vida que chega trazendo ares de esperança e novidade.
Preferimos nos refugiar no que é conhecido, e nem sempre melhor.
Talvez precisemos aprender a aceitar as novas realidades que inevitavelmente ocorrerão.
Haverá a mãe que terá que se adaptar ao fim da licença maternidade, a adolescente que verá seu namoro ruir, a senhorinha que vai enviuvar, os pais que levarão seu menino ao aeroporto para fazer intercâmbio, a menina que verá o fim da infância num teste de gravidez, a decepção do jovem, o casamento da moça dos sonhos, o ninho vazio, as novas dores da maturidade, o recomeço, a renegociação com a vida.
Talvez seja isso.
Talvez precisemos aprender a aceitar as novas realidades que inevitavelmente ocorrerão.
Haverá a mãe que terá que se adaptar ao fim da licença maternidade, a adolescente que verá seu namoro ruir, a senhorinha que vai enviuvar, os pais que levarão seu menino ao aeroporto para fazer intercâmbio, a menina que verá o fim da infância num teste de gravidez, a decepção do jovem, o casamento da moça dos sonhos, o ninho vazio, as novas dores da maturidade, o recomeço, a renegociação com a vida.
Talvez seja isso.
Aprender a renegociar com a vida, descobrindo que novas portas estão sendo abertas, mesmo que haja a tendência de nos fixarmos em cadeados fechados.
O mundo da gente começa a morrer antes da gente, mas o futuro também guarda boas surpresas, e o que se pode chamar de "nosso mundo" não existe só no passado, mas na realidade que construímos diariamente
e somente nós podemos lapidar.
A gente tem que continuar.
O que ninguém nos tira: a capacidade de nos recriarmos em qualquer tempo.
A alegria de nos percebermos resistindo, apesar de tudo.
A gente tem que continuar.
O que ninguém nos tira: a capacidade de nos recriarmos em qualquer tempo.
A alegria de nos percebermos resistindo, apesar de tudo.
A satisfação de percebermos nossa coragem.
E finalmente, a paz de nos aceitarmos por inteiro.
E finalmente, a paz de nos aceitarmos por inteiro.
Fabíola Simões