Piada de sexta-feira, o amor é lindo
Gastronomia, uma receita de amor
Ingredientes:
1 cama quente
2 corpos diferentes previamente aquecidos
500g de carícias ( ou mais)
400g de beijos ( ou mais)
1 banana não muito madura
2 tomates sem pele
2 marmelos
1 forno previamente lavado, aquecido e relaxado
Preparação:
Introduzir delicadamente os dois corpos na cama com 400 g de beijos. Cobrir as superfifies dos corpos com 500g de carícias, pode-se deitar leite ou açucar. Cobrir estes corpos em particulas , até á saturação.
Atenção: Não bata as claras em castelo. Agitar com as mãos os marmelos até ficarem ligeiramente rijos , de maneira a não murcharem. Manter a banana previamente aquecida com a ponta dos dedos no forno á temperatura ambiente.
Essencial: Deixar , sobretudo os 2 tomates com a pele no exterior, manobrar a banana delicadamente em sentido VAI_VEM, fazê-la agir de tempo a tempo e voltar a metê-la a fim de controlar a cozedura, isto que não perca o sumo.
A velocidade varia conforme o forno.
À tua janela
Acordo com o sabor da noite nos lábios, vejo-te como uma gata em telhado de zinco quente. Ainda no reflexo da manhã em desalinho desenho um rectângulo em branco no espelho. Com o dedo desenho no vidro o contorno de um corpo, o teu corpo.
Com os lábios, em surdina nomeio-te.
O reflexo brilhante devolve-me o desejo … surdo… mudo
Preciso de uma fotografia, preciso das palavras feitas de cores e linhas.
Faço então a viagem necessária até à tua janela, com o mar em fundo ondo te olho com orgulho e vaidade… és minha.
Na tua janela recriamos o amor dos corpos reconhecidos, reinventamos os sons do comboio aqui tão cercano… saboreamos os dias perdidos…
Enchemo-nos de azul, como o mar em fundo.
Lá ao fundo… da tua janela.
Diálogo em espiral
Passeio pelo labirinto do teu corpo. Desço escadas suaves feitas da tua pele e procuro o centro do teu prazer.
- Faço do meu corpo uma arquitectura impossível. Pernas colunas de alabastro, espelhos do teu olhar, coxas em arcos coloridos que te acolhem, candelabros de olhos em flashes brancos que iluminam os nossos corpos em formas labirínticas.
- Encontro-te. Ao fim de escadas impossíveis. Subo e desço e chego por fim ao teu êxtase total.
Sufoco o grito depois do orgasmo, sufoco o grito porque não me quero ouvir, sufoco o grito abafado no gesto.
Guardo o prazer para o dia em que estarei vivo.
Hoje sou uma estátua de mármore.
Toca-me! A lisura da pele das estátuas é igual à cor do meu desejo.
- Sabes que te amo?
- Sei. Mas agora dorme. Sonha com Adónis.
Borboleta
De noite esconder-me-ia numa pétala de rosa, a flor do amor, e lá dormiria aconchegado, tal qual dormia nos teus braços.
De dia voava! Quando estivesse cansado pousaria numa pedra, bem perto daquele riacho magnifico dos meus sonhos, nele poderia ver o teu retrato reflectido a partir do meu coração, de certeza que aliviaria a dor e o cansaço que as saudades fazem sentir.
Como uma borboleta voaria até à tua janela, para ouvir uma vez a tua respiração, para sentir novamente o teu cheiro, para uma ultima vez estar perto de ti.
E da próxima vez que voar, prometo pousar numa flor, e observar todos os seus cantos, pétalas e picos, tal como observava cada traço e curva da linha do teu corpo, tocarei também para conhecer bem a flor com todo o carinho, tal como tocava no teu corpo sem medo e carinhosamente, e ainda deitar-me-ei sobre ela, tal como sobre o teu peito aconchegado eu me deitava.
Por fim amá-la-ei da mesma forma que te amo a ti!