O jornalista Duda Guennes (Recife, 1937) viveu em Portugal desde 1974 e escreveu em A BOLA desde 1980 o «Meu Brasil Brasileiro».
Ali cabiam «crónicas, causos, estórias, factos, fofocas e acontecências» como esta curiosa definição de árbitro de Armando Nogueira:
«O árbitro de futebol é o único ladrão que rouba a gente na presença de milhares de pessoas e ainda vai para casa protegido pela polícia».
José Miguel Wisnick afirma que «A arte do amor, como a do futebol, é abrir espaços onde não há» e Rubem Braga testemunha que um dos maiores prazeres da vida é «Quando você vai andando por um lugar e há um bate-bola, sentir que a bola vem para o seu lado e, de repente, dar um chute perfeito – e ser aplaudido pelos serventes de pedreiro».
Garrincha respondeu uma vez a um director que lhe chamou boémio por frequentar boates - «O senhor também já foi visto várias vezes em velório e não é defunto».
Roberto Pásqua, presidente do Corinthians disse em 1985 - «Se minha vida particular atrapalhar o Corinthians, abandono a vida particular».
Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama afirmou sobre a corrupção - «Ética é coisa de filósofo». Dissertando sobre a estética do futebol, o jogador Dadá Maravilha afirmou - «Não existe golo feio. Feio é não fazer golo».
Garrincha, farto de levar pontapés do chileno Eulálio Rojas no Mundial de 1962, gritou esta maldição - «Olha aí, ó panasca, vocês chilenos não jogam nada. O Chile só é bom em terramoto e mesmo assim perde para o Peru».
Por fim um clássico: o médio Ananias antes de um Náutico-Santa Cruz no Recife disse - «Só faço prognóstico no final do jogo».
(Editora: Prime Books, Capa: Luís Afonso, Apresentação: Vítor Serpa, Prefácio: José Carlos de Vasconcelos)