Com excepção do amor, nunca se escreveu tanto sobre um assunto como sobre as palavras, porque as palavras e o silêncio sempre procuram um equilíbrio. Um provérbio chinês diz:
“Não abra os lábios se não tem certeza de que o que tem a dizer irá melhorar o silêncio”.
Já aconteceu com quase todos nós: sabemos o momento exacto em que uma conversa deve terminar e, contudo, continuamos, e no fim das contas tudo acaba mal. Queremos dizer tantas coisas sem pensar nas consequências, sem sermos conscientes de que às vezes é melhor calar.
Se antes de falar tivéssemos consciência que quando falamos e emitimos julgamentos e opiniões revelamos o lado mais profundo das nossas personalidades e julgamos a nós mesmos, provavelmente não permitiríamos que as nossas línguas fossem mais velozes que nossos pensamentos.
Entre amigos, entre familiares e entre pessoas que amamos é comum não se cuidar na forma de falar e deixar sair o que pensamos. As palavras que pronunciamos para as pessoas mais próximas às vezes são mais afiadas do que qualquer faca, criam muralhas muito difíceis de derrubar e ferem as pessoas que realmente amamos e apreciamos.
Embora muitas vezes o impulso de falar vença, é importante pesar as palavras, dizer a nós mesmos o que queremos dizer à outra pessoa, pesar as consequências de nossas opiniões e recorrer sempre à cortesia e à gentileza.
Sei que provavelmente magoei com palavras e até com actos,
Sei que algumas vezes exijo demasiado,
Sei que não há pessoas iguais, e em certos momentos não aceito essa diferença,
Sei que errei, sei que tenho de pedir desculpa.
“Demora-se dois anos para aprender a falar e toda uma vida para aprender a calar.”
-Ernest Hemmingway-
“As feridas da língua são mais profundas e incuráveis que as de uma faca.”
-Provérbio árabe-