MEUS PÉS
Sob os meus pés,
o mundo caminha alheio
a meus sentimentos opostos,
contrários ao esboço dessa poesia crua
sem destino certo e em qualquer rua
Subo colinas por auto recreação,
faço versos descartáveis incorporados ao meu tempo
incorreta e desatenta dou passos largos
indefesa e só escrevo - minha incorreção
pelas redondezas por onde andei
lapido palavras como um diamante,
descalça ouço o vento a sussurar docemente
rimas - como se fosse um segredo barroco,
a terra molhada me dá energia,
um disparate ao concreto de outros pensamentos,
em cada esquina observo olhares desencontrados,
um descaso incorrigivel aos meus sonhos
Pelas estradas onde pisam meus pés
houve caminhos perdidos desassociados e mal acabados
recorro categórica ao mundo mágico
dos meus sentimentos profundos e imaginários,
descasco meu aabacaxi ácido só para contrariar
o universos dos intelectuais,
faço deles um doce surreal ou sensual
depende de quem me lê agora
mergulho sentimentos pouco provável mas puro
a indignação pela vida afora.
Não me entrego totalmente - sou exclusiva
porque não é chegada a hora final
e assim soberana em poesia,
acumulo meus caminhos reais e virtuais
enfrentando com dignidade os acertos e desencontros
mudando postura sobre vidas conhecidas,
analizando reavaliando emoções furtivas
indiferente a cor e o formato do texto.
Rimo as calçadas por onde piso,
com meus pés flutuante - meu glossário
um desfile espetacular de viver
com alegria e movimento.
Uma grafologia traçada pela minha escrita...